Relatório de Gestão DEPI: 2017-2021

Divulgado o relatório de gestão da diretoria executiva de planejamento integrado (DEPI) dos anos 2017-2021.

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Abaixo, nas palavras do diretor executivo da DEPI, o Prof. Dr. Marco Aurelio Pinheiro Lima, qual o significado do trabalho desses anos e sua importância:

 

A Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI) foi criada nessa gestão. A proposta foi estabelecer uma estrutura capaz de olhar para o longo prazo, escutando a comunidade e a sociedade, integrando e conciliando interesses para ajudar a promover ou reformar a ocupação do território da Unicamp. A equipe da DEPI iniciou sua formação a partir da criação de um comitê de transição para estabelecer um retrato da situação da universidade em 2017 e auxiliar a nova gestão. Nesse comitê estavam, além de outros membros, a Regina Falsetti (atual Assistente Técnica da DEPI), Talita Mendes (Assessora e Coordenadora de Planejamento da DEPI) e eu (Diretor Executivo da DEPI).

O comitê detectou os maiores problemas da universidade daquele momento, a saber: (1) orçamento deficitário (receita menor que a despesa  – estávamos invadindo fortemente as reservas financeiras da universidade), (2) aumento inercial da folha de pagamento (a folha crescia, aproximadamente,2,5% ao ano, ou seja, a estabilidade financeira dependia de um crescimento real da economia paulista),  (3) a dinâmica de novos empreendimentos (tínhamos quase 600 milhões de reais de obras prometidas e uma capacidade de entrega de 35 milhões de reais por ano) e (4) os gastos em projetos realizados, sendo que 80% não eram executados por falta de recursos. Enfrentar esses dois últimos itens, talvez, tenha sido o maior desafio para a recém-criada DEPI.

Uma das primeiras missões da DEPI era planejar o que fazer com o território recém-adquirido de 1,4 milhão de metros quadrados (Fazenda Argentina), com a pergunta natural: território para fazer mais do que já somos ou algo diferente? Para atuar no assunto, convidamos o prof. Marcelo Pereira da Cunha do IE, que se tornou um assessor conselheiro de todos os assuntos da DEPI. Neste início de planejamento, surge a semente do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), já como fruto da exploração preliminar do assunto (a ocupação de Fazenda Argentina) com a comunidade da universidade e com outras instituições.

No assunto planejamento territorial, a Unicamp tinha uma estrutura – a Coordenação de Planejamento (CPLAN) -, que havia desenvolvido na gestão anterior uma estratégia para criar um plano diretor para a Unicamp. Esta estrutura tinha a doutora em arquitetura, Flávia Brito Garboggini, que  fez sua tese de doutorado sobre o campus da Unicamp e havia preparado um termo de referência para contratação de uma empresa para desenvolver o Plano Diretor da Unicamp (por incrível que pareça, a Unicamp nunca teve um plano diretor) e um doutor em geografia, Vanderlei Braga, que cuidava de apoiar a prefeitura da universidade com mapas de conteúdo georreferenciado.

A contratação de uma empresa para o termo de referência custaria vários milhões de reais e o orçamento da época não permitia. Decidimos que a melhor estratégia seria fazer um plano diretor com as competências internas. Essa tarefa foi iniciada sob a liderança da Flávia, inspirada em várias conversas com o arquiteto João Bross, que ajudou a desenhar o campus da Unicamp em seus primórdios. Ela foi levada a cabo, com reformulações na estratégia e trazendo os conceitos para a sustentabilidade no ambiente urbano pela doutora em arquitetura Thalita Dalbelo, que após um processo de construção participativa com a comunidade da Unicamp, entregou ao Conselho Universitário a proposta do Plano Diretor Integrado elaborado, que o aprovou conforme Deliberação CONSU nº 04/2021 de 30/03/2021. Esta estratégia guia a universidade para se tornar cada vez mais sustentável. A Thalita Dalbelo buscou e encontrou apoio da comunidade Unicamp como um todo para a realização deste plano, com destaque aos professores da FEC que atuaram como uma espécie de conselho. Para ter as informações organizadas sobre o território, em apoio não apenas ao Plano Diretor, mas oferecendo subsídios à gestão de toda a Universidade, criamos, sob a liderança do Vanderlei Braga, a coordenadoria de georreferenciamento do acervo físico e humano da Unicamp.

Na tentativa de sanar os inúmeros projetos que não se tornavam realidade por falta de recursos para executá-los e para a implantação da nova lógica de solicitações de obras, a Coordenação de Obras e Projetos (CPO), na época coordenada pela Patrícia Ferrari Schedenffeldt, foi incorporada à DEPI e reformulada para atender aos novos desafios. Criamos uma estratégia de decisão e priorização dos novos empreendimentos, sob a liderança do Wellington Oliveira, sendo que essas priorizações são analisadas pelo Comitê de Empreendimentos (um comitê técnico designado), que após são submetidas para a apreciação e aprovação da COPEI – Comissão de Planejamento Estratégico Institucional. Criamos, também, uma parceria com a CPROJ (Coordenadoria de Projetos) da FEC para a realização dos projetos da Universidade. Na parte executiva, redimensionamos o sistema de fiscalização de obras, sob a liderança do Lucas Oriolo, e aprimoramos a gestão técnica das obras, sob a liderança da  doutora Marcela Paduelli.

O Grupo Gestor Universidade Sustentável, na época coordenado pelo Juliano Henrique Davoli Finelli, foi incorporado à DEPI na sua dimensão de planejamento (Câmaras Técnicas). Depois, a coordenação passou a ser exercida, de modo interino, pelo prof. Edson Tomaz (da FEQ) e, em seguida, a coordenação passou para a liderança do prof. Luiz Carlos Pereira da Silva (da FEEC). Na sua dimensão da gestão executiva em relação aos resíduos e questões ambientais, a liderança tem sido feita pela doutora Regina Micaroni, com a criação da Coordenadoria de Gestão Ambiental e de Resíduos. Na DEPI, o GGUS passou a ter um papel importante, também, na colaboração das iniciativas voltadas à sustentabilidade dentro da universidade, incluindo a participação na concepção do Plano Diretor Integrado da Unicamp.

Criamos o HIDS, uma estratégia objetiva de longo prazo da Unicamp participar da agenda global criada pela Organização das Nações Unidas sobre a realização do Desenvolvimento Sustentável. Com apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, expandimos o território de planejamento para a área de 11,3 milhões de metros quadrados (Unicamp, PUC-Campinas e a região do Ciatec II). Essa proposta, com apoio do Governo do Estado de São Paulo, está sendo desenvolvida com financiamento a fundo perdido do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. Com a participação essencial, desde o primeiro momento, do prof. Marcelo Pereira da Cunha, criamos a lógica de Desenvolvimento do Master Plan do território HIDS, descrita neste relatório. Importante citar as sete componentes do projeto de planejamento do HIDS: (1) Planejamento Físico-espacial, sob a coordenação da profa. Gabriela Celani, (2) Patrimônio Ambiental, Geológico e Sociocultural, sob a coordenação do prof. Wesley Rodrigues Silva, (3) Modelo de Negócios, sob a coordenação do prof. Miguel Juan Bacic, (4) Componente Jurídica, sob a coordenação do prof. Josué Mastrodi da PUC-Campinas, (5) Avaliação de Sustentabilidade, sob a coordenação do prof. Marcelo Pereira da Cunha, (6) Comunicação, sob a coordenação da Dra. Patrícia Mariuzzo e, finalmente, para garantir um olhar externo, (7) governança do projeto BID, sob a coordenação da empresa Inventta, dirigida pelo Bruno Moreira.

A Talita Mendes tem atuado como coordenadora de planejamento da DEPI em todas as frentes de trabalho. A estrutura DEPI está bastante profissionalizada. Os líderes (staff permanente) são protagonistas e sabem o que a universidade precisa. Entendo que a DEPI é uma estrutura preparada para realizar as entregas definidas pela sua missão e para enfrentar os desafios impostos nas transições de comando da universidade. E, sem medo de errar, está pronta para se adaptar e realizar os desafios naturais de novos dirigentes.

Nas Páginas três e quatro deste relatório aparecem todos os funcionários que tem atuado para o sucesso desta nova estrutura.

 

Marco Aurelio Pinheiro Lima

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