A equipe do GEARE (Gestão Ambiental e de Resíduos) ligada à DEPI, é responsável, entre outras atividades, por toda a comunicação oficial com a CETESB por parte da Unicamp, estando à frente do processo de Licença Ambiental da Universidade. Em 2019, a Cetesb recomendou o afastamento da rede de gás GLP (gás liquefeito de petróleo) da área do HC, ou a substituição deste por gás natural. O HC iniciou conversas com a Comgás, atual concessionária de gás natural em Campinas, para realizar estudos para tal. A Comgás não demonstrou interesse em executar a expansão da rede de gás até a Unicamp para atender apenas ao HC, e realizou um estudo de viabilidade para atender também a outros pontos de consumo dentro do campus. Foram realizadas visitas técnicas nas Unidades e reuniões remotas para apresentação da proposta com todos os envolvidos. Todo esse processo foi conduzido pela DEPI, por mim mesma, junto à Comgás e as Unidades. Alguns benefícios na substituição do GLP por GN:
– Exclusão dos riscos ambientais e de segurança apresentados pelo uso do gás liquefeito de petróleo devido a forma de armazenamento e distribuição em botijões;
– Logística facilitada em relação aos pedidos de fornecimento, transporte e armazenamento;
– Economia financeira estimada na ordem de R$ 2000.000,00 ao ano para a universidade;
– O GN substitui o GLP dessas 6 unidades e também o diesel utilizados na caldeira do RU;
– A Comgás doou novos queimadores para o RU, adaptados para GN e com maior eficiência;
– A Unicamp deixa de realizar processos licitatórios para aquisição do GLP pelas Unidades, facilitando o processo;
– Manutenção da rede é por conta da Comgás, incluindo atendimentos de emergência;
– As recomendações do Corpo de Bombeiros e da CETESB são voltadas para o uso de gás natural canalizado como substituição ao gás liquefeito de petróleo, de forma que a Unicamp atenderia algumas das solicitações para obtenção do AVCB de alguns edifícios e da renovação da Licença de Operação da área da saúde.
– O GN é um combustível originário de matéria orgânica sedimentar e pode ser obtido através da queima de biomassa, com purificação do biogás gerado pela decomposição de matéria orgânica (nesse caso, combustível renovável) ou através de reservas subterrâneas originadas pela decomposição de matéria orgânica sedimentar (nessa caso, combustível não-renovável) e comumente associado ao petróleo.
– O GN canalizado distribuído pela Comgas é de origem fóssil e, por isso, não representa uma fonte de energia renovável. Apresenta, além da segurança contra os riscos, a vantagem do transporte sustentável, pois a canalização elimina a necessidade da distribuição por caminhões.
– Em relação aos ODS, o uso de GN canalizado está associado ao ODS 11-Cidades e comunidades e comunidades sustentáveis, devido a redução de riscos ambientais e pessoais; ao ODS 12-Consumo e Produção Responsáveis, devido a distribuição contínua e a não armazenamento e ao ODS 13-Combate às alterações climáticas, devido a canalização, que reduz a quantidade de veículos/caminhões nas ruas e, consequentemente, reduz a emissão de gases de efeito estufa.
Abaixo o mapa mostra por onde está passando a rede. O investimento com a expansão da rede para atendimento da Unicamp ficou sob responsabilidade da Comgás. A rede vai até os pontos de consumo na “entrada” das Unidades, onde serão instalados medidores individuais de consumo, também através de investimentos da Comgás. A tubulação que vai deste ponto de entrada até os equipamentos de cada Unidade, bem como possíveis adaptações nesses equipamentos, deverão ser custeadas por cada unidade consumidora. O valor estimado dessas adequações é de R$ 150.000,00.
O preço do metro cúbico do GN é regulado pela ARSESP (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) e é variável conforme o consumo, além de um valor fixo mensal. Segundo os estudos realizados pela DEPI, e considerando o consumo e despesa de GLP dos anos de 2017 a 2019, bem como de diesel da caldeira do RU, a Unicamp terá uma economia aproximada superior a R$ 200.000,00 ao ano, tendo, já no primeiro ano, o retorno do valor investido nas adaptações.
O Contrato com a Comgás foi assinado em dezembro de 2020, e prevê um prazo de 5 anos de vigência, sendo prorrogado automaticamente caso não haja renúncia das partes. Por se tratar de uma concessão do município, não foi necessário processo licitatório, uma vez que se assemelha às condições de CPFL e Sanasa. As obras realizadas pela Comgás ocorreram de agosto a setembro, e estão sendo finalizadas as últimas adaptações nas Unidades para início do consumo.
Com o gás natural instalado no campus, há também projetos em andamento de cogeração de energia junto à estratégia de eficiência energética conduzida pelo Prof Luiz Carlos, da Câmara Técnica de Gestão de Energia/GGUS. Os estudos estão sendo feitos, por enquanto, na FEF. Comgás e Unicamp realizaram um estudo conjunto sobre a diminuição da emissão de CO2 na atmosfera com essa substituição, com a participação da Arq. Thalita Dalbelo da DEPI. O resultado é que está estimada a redução de 111,787 toneladas de CO2 ao ano.
A inauguração será no dia 20/10 às 15h!