junho 2022

Livro reflete sobre o planejamento urbanístico do campus e papel social dos espaços abertos da Unicamp

Sob a óptica da Arquitetura, o resgate do espaço público das cidades e o uso cidadão dos ambientes urbanos constituem o debate central de Por uma Arquitetura dos Espaços Abertos – a reabilitação do campus da Unicamp no século XXI, lançado em 2016 pela Editora da Unicamp, dentro da programação de eventos comemorativos aos 50 anos da Universidade. Escrita pela arquiteta Flávia Brito Garboggini, a obra apresenta o histórico da ocupação do campus ao longo de cinco décadas de existência, discute problemas urbanos enfrentados pela Universidade e apresenta cenários prospectivos possíveis para a qualificação socioambiental do campus pelo redesenho de seus espaços abertos. Disponível no catálogo da Editora da Unicamp, em breve o livro estará disponível em versão digital.

Baseada na tese de doutorado da pesquisadora, defendida em 2012 dentro do programa “Arquitetura, Tecnologia e Cidade” da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da Unicamp, a publicação traz conceitos gerais de Desenho Urbano e discute a complexidade contemporânea das cidades. O campus da Unicamp foi o fragmento escolhido pela pesquisadora, que também atua como arquiteta da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi) da Unicamp. A metodologia utilizada no trabalho foi o de “pesquisa-ação”, com caráter teórico-prático, que explorou processos colaborativos de desenvolvimento de projetos urbanos, explica Flávia. “Partimos de um estudo de caso, especificamente sobre a área do Ciclo Básico e seu projeto de requalificação, mas observamos uma potencial discussão sobre como motivar a apropriação dos espaços de uso coletivo para ações de cidadania e socioambientais”, explica a pesquisadora, cuja tese, atualizada em linguagem e conteúdos para a versão livro, contou com orientação da professora Silvia Mikami Gonçalves Pina.

Flávia também observa que a valorização dos espaços abertos de uso coletivo foi incorporada de forma inédita como uma das prioridades da Universidade, a partir da última década, se tornando uma diretriz importante do Plano Diretor Integrado 2021-2031, que tem como meta promover a acessibilidade e qualificar os espaços de vivência universitária dos campi. “Na cultura das instituições de ensino público no Brasil, em especial nos campi  implantados em áreas isoladas da cidade, no Século XX   o foco residiu na implantação das edificações deslocadas, muitas vezes, de seus contextos locais. Em um momento de retorno presencial das atividades acadêmicas na Unicamp, após dois anos de trabalho remoto por conta da pandemia de Covid-19, vemos o quanto espaços abertos devem e estão assumindo um papel prioritário no planejamento integrado do campus”, analisa a pesquisadora. “É fundamental que arquitetos e urbanistas projetem, de forma colaborativa, espaços mais sustentáveis e acessíveis a todos , procurando viabilizar sistemas alternativos de mobilidade urbana que integrem o pedestre e o ciclista, com utilização racional de energia e recursos naturais , tendo como meta a criação de espaços que proporcionem e maior integração das pessoas no espaço universitário ”, conclui.

AC/SIARQ apoiou a pesquisa com fotos e documentos sobre a ocupação do campus 

A disponibilização de fotos e documentos históricos foi feita pelo AC/SIARQ em vários momentos da pesquisa. Flávia destaca o ineditismo da divulgação de parte do histórico da ocupação do campus. “Por meio desse atendimento, tivemos acesso à documentação sobre como as construções dos prédios eram encaminhadas e como a estrutura física do campus foi sendo concretizada. Informações sobre a atuação de João Carlos Bross, arquiteto e responsável pelo primeiro projeto urbanístico da Unicamp, também foram primordiais para o trabalho”. 

Além de seguir com seu trabalho como arquiteta, inserida no novo Plano Diretor Integrado do campus, Flávia também conta com o apoio do AC/SIARQ para um novo projeto: a elaboração do “Inventário do Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico da Unicamp”, a fim de propor diretrizes e preservar o que há de valor urbanístico e arquitetônico na Universidade.

Arte Publi FlaviaGarboggini

A notícia original foi escrita e divulgada pelo SIARC pelo link que você pode acessar clicando aqui!

Em mesa organizada por GEARE e PC, Desafios da sustentabilidade são debatidos.

No último dia 7, a Unicamp recebeu a visita do coronel Marcelo Ryu, da 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada de Campinas, do delegado Edson Geraldo de Souza, chefe da Polícia Federal de Campinas e da engenheira florestal da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Celina Rubiano da Silva. Eles estiveram presentes no Fórum Permanente Especial: Desafios da Sustentabilidade.

Os convidados participaram da mesa organizada pelo Escritório de Produtos Controlados e pela Coordenadoria de Gestão Ambiental e de Resíduos (GEARE), ambos localizados na Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI). O tema em discussão, mediado pela  coordenadora da GEARE, Regina Clélia da Costa Mesquita Micaroni, foi a Política Nacional do Meio Ambiente: Legislação, Controle e Fiscalização.

Confira as apresentações e discussões dessa mesa pelos vídeos:

Geógrafo da DEPI, Marcelo Albieri, desenvolve APP para coletar informações  geográficas e dos atributos das árvores

Mais de 14.400 árvores compõem a flora da Unicamp. Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Pampa, Caatinga e Pantanal: espécies de todos os biomas brasileiros e de países como Austrália e África do Sul podem ser apreciadas. Árvores nativas e exóticas propiciam um ambiente saudável a quem acessa o campus de Campinas. Mas onde localizá-las e como identificá-las? Para levar essas informações à comunidade, o projeto Floresta Urbana está cadastrando as espécies em um aplicativo. Além disso, um projeto de arborização promete enriquecer ainda mais a flora dos três campi da Universidade.

Dos coloridos ipês a espécies nativas pouco conhecidas, como o jerivá, e estrangeiras, como baobá, um passeio pelo campus possibilita uma experiência sensorial e de aprendizado, além de frutos como pitanga, manga, cajá e jambo.

Por meio do projeto Floresta urbana, placas de QR Code estão sendo afixadas nas árvores para proporcionar a pesquisadores e leigos uma observação mais apurada das plantas. Ao apontar a câmera do celular para a placa, o usuário acessa dados como espécie, época de floração e frutificação, além de informações sobre o sentido cultural das árvores para diferentes grupos. 

O projeto também resultou em um mapa em que é possível conhecer a localização das árvores. Ele está disponível no Atlas da Unicamp e pode ser acessado diretamente neste link. “A Unicamp, à medida que realizava obras no campus, fez um levantamento topográfico que incluiu o mapeamento de árvores. Tivemos a ideia de unificar as informações em um mapa geral. Levantamos mais de 14 mil árvores e sua localização”, conta Vanderlei Braga, geógrafo e coordenador de Geoprocessamento da Coordenadoria de Sustentabilidade, ligada à Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI).

Vanderlei Braga e Marcelo Albieri, da equipe de Geoprocessamento da Unicamp, que está colaborando com o projeto Floresta Urbana
Vanderlei Braga e Marcelo Albieri, da equipe de Geoprocessamento da Unicamp

Floresta Urbana foi idealizado pelo funcionário da Faculdade de Arquitetura e Engenharia Civil, Hélio Cavalheri. O servidor vem cadastrando, na plataforma, milhares de árvores da Unicamp. Seu levantamento identificou, até o momento, 1.969 espécies nativas e 901 exóticas. Também foi sua a ideia do QR Code. Algumas placas já foram colocadas em locais como Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU), Secretaria Executiva de Comunicação (SEC) e Praça da Paz. O aplicativo para coletar as informações  geográficas e dos atributos das árvores foi desenvolvido na Unicamp pelo geógrafo Marcelo Albieri, da DEPI. Ele também foi responsável por treinar Hélio no uso do app.

Assista à reportagem sobre a trajetória de Hélio Cavalheri:

A Flora como patrimônio do campus

A composição atual da flora do campus nasceu do envolvimento de muitas pessoas. O professor Hermógenes Freitas Filho, fundador da Divisão de Meio Ambiente (DMA), trouxe diversas espécies para a Unicamp. “Ele planejava um grande jardim botânico na Universidade. Foi então construído um viveiro de plantas ornamentais e espécies arbóreas”, conta Camila Santos, coordenadora do Serviço de Áreas Verdes da DMA. Essa construção deu início a uma coleção que, para ela, é um patrimônio ambiental e paisagístico.

Para Camila Santos, coordenadora da Divisão de Meio Ambiente da DMA, as árvores compõem o patrimônio ambiental e paisagístico da Universidade
Para Camila Santos, as árvores compõem o patrimônio ambiental e paisagístico da Universidade

Os professores Hermes Pereira e Mario Tamashiro também contribuíram para a diversidade de espécies no campus. Tamashiro trazia sementes de vários lugares e foi responsável por iniciar o mapeamento da flora, o que resultou no livro Árvores do campus. Esse mapeamento, conta a professora Ingrid Koch (Instituto de Biologia), foi a base para ampliar a identificação das espécies, hoje realizada em parceria com a DEPI, FECFAU e DMA.

Ingrid trabalhou junto aos professores e hoje integra a equipe do projeto Floresta Urbana. “O pontapé inicial foi essa tabela do professor Tamashiro, à qual estamos adicionando mais espécies”, diz. Para ela, o campus tem uma coleção preciosa, que enriquece o ensino em sala de aula com trabalhos de campo. Pesquisadores de outras instituições também vêm à Unicamp realizar estudos.

Ingrid Koch (IB) destaca que o mapeamento é objeto de estudos dentro e fora da Unicamp
Ingrid Koch (IB) destaca que o mapeamento colabora em projetos de pesquisa dentro e fora da Unicamp

Como lembra Maria Gineusa de Medeiros e Souza, coordenadora da DMA, as árvores do campus permitem diversas atividades de educação ambiental, como a Semana do Meio Ambiente, realizada em junho. “Essas atividades fazem parte de uma educação socioambiental, uma sensibilização que pode levar as pessoas a se apaixonarem pelas árvores”.

"As árvores do campus permitem diversas atividades de educação ambiental", afirma Maria Gineusa Souza, coordenadora da DMA
“As árvores do campus permitem diversas atividades de educação ambiental”, afirma Maria Gineusa Souza, coordenadora da DMA

Projeto prevê o plantio de mais árvores

A diversidade da flora da Unicamp será ampliada. O projeto Arborização dos Campi prevê o plantio de 800 árvores em quatro anos no campus de Campinas e 200 nos campi de Piracicaba e Limeira. Ele é desenvolvido pela Prefeitura Universitária, DEPI, Secretaria de Administração Regional (SAR), Moradia Estudantil, IB, CPQBA e FECFAU.

Melhora na qualidade do ar, alimento e conforto para a fauna local, redução das ilhas de calor e minimização do impacto da chuva são alguns dos benefícios da arborização. “O verde também traz bem-estar psicológico às pessoas. O contato com a natureza e o ar puro trazem descanso para a mente”, complementa Ingrid.

Melhora na qualidade do ar, alimento e conforto para a fauna local, redução das ilhas de calor e minimização do impacto da chuva são alguns dos benefícios da arborização
Melhora na qualidade do ar, alimento para a fauna, redução das ilhas de calor são alguns dos benefícios da arborização

Os projetos Floresta Urbana e Arborização dos campi integram um conjunto de medidas voltadas para a sustentabilidade: implantação de corredores ecológicos, recuperação de nascentes, Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, implantação de ônibus elétrico e da usina fotovoltaica, entre outros. São iniciativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, aos quais a Universidade aderiu.

TEXTO

LIANA COLL

FOTOS

ANTONIO SCARPINETTI

EDIÇÃO DE IMAGEM

PAULO CAVALHERI

Link para notícia original no Jornal da UNICAMP:

https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2022/06/15/arvores-da-unicamp-um-passeio-pelos-biomas-brasileiros?fbclid=IwAR0QgbCPO62sfDMC0G8Z-FYGvZT62RH-BD5vBXTe-1K28EE71pbid-uEqLE

2ª Edição de evento “Cantos que Encantam” será realizado pela DEPI-GEARE (evento adiado para 15/06)

Atenção, devido as chuvas, o evento foi adiado para dia 15/06

Na Semana do Meio Ambiente Unicamp 2022, cujo tema é “Eu e a sustentabilidade na Unicamp”, a SEMEIA Campinas, a Diretoria de Planejamento Integrado (DEPI) e a Gestão Ambiental e Resíduos (GEARE) realiza atividades no dia 10/06/2022 das 9h30 as 14 horas.

Em parceria com a Faculdade de Educação Física (FEF), a Prefeitura do Campus (através da Divisão de Meio Ambiente e Diretoria de Áreas Verdes), o Laboratório Fluxus, a Câmara Técnica de Educação Ambiental CTEA e a Câmara Técnica de Gestão Lixozero Unicamp CTGLZ., será realizado um encontro na Praça da Paz com a segunda edição do “Cantos que Encantam”.

A proposta é a de promover na comunidade universitária ações e práticas do dia a dia que contribuam para a sustentabilidade na Unicamp.
Serão realizadas diversas atividades recreativas: alongamento, caminhada com identificação de árvores com QR CODE, plantio de árvores e oficina lixo zero.

Ao término das atividades do evento, haverá degustação de pães

Semana do Meio Ambiente Unicamp 2022

Uso Sustentável e Cidadão da Praça da Paz

SEMEIA 2022

PROGRAMAÇÃO 10/06/2022 – “Um dia na Praça da Paz”

9:30 horas – Chegança

• Integração – Maria Gineusa de Medeiros e Souza e Washington Roberto Rodrigues da Silva.
• Segurança e saúde (CECOM) – Orientações GT Retomada Unicamp.

10:00 horas – Roda de Abertura

• Sustentabilidade – Alice Helena de Danielli, Arlindo Boré e Danusia Arantes Ferreira.
• A história da praça – Jorge Luiz Florêncio.
• Floresta Urbana Unicamp – Hélio Cavalheri Junior, Júlio Ghigiarelli Majeau e Vanderlei Braga.

10:30 horas – Canto da Saúde

• Alongamento com Carlos Zamai e Vívian Santos Xavier Silva.
• 10:50 horas – Canto Fauna e Flora
• Caminhada “Conhecendo as Árvores da Praça da Paz” – Amanda Alves de Mello e Lauro dos Santos – Áreas Verdes da Divisão de Meio Ambiente/Prefeitura Universitária.
• Plantio de árvores Pau-Brasil e Jambo doado pelo aluno Miquel da Cruz Almeida Rocha – IFCH.

11:40 às 12:40 horas – Conheça os Projetos e Programas

• LixoZero Unicamp – Profa. Dra. Emilia Wanda Rutkowski e Rebecca Lorenzetti Bezerra – FLUXUS
• Floresta Urbana Unicamp Catalogação das árvores com QR CODE – Hélio Cavalheri Júnior – DEPI – DMA – FECFAU.
• Usina Fotovoltaica da FEEC – Prof. Luiz Carlos Pereira da Silva – Campus Sustentável Energia Limpa Unicamp – João Ito e João Lucas.
• Coletivo Humus – Canto da Compostagem – projeto de alunos – FECFAU e FEAGRI

(Distribuição cartilha e biofertilizante).

• Projeto Recicle – José Maria da Silva – FEAGRI.

12:40 horas – Lanche – Pães da Oficina Pãodemia – Alunas do Programa UniversIDADE.

15:50 horas – Encerramento e Agradecimento aos Parceiros: Áreas Verdes DMA/Prefeitura Universitária, Campus Sustentável CTGE, CECOM, CTEA, CTG Lixo Zero Unicamp, FEF e FLUXUS.

Para acessar a programação completa da SEMEIA Campinas acesso os links:

https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/44607

https://ambientecampinas.wixsite.com/semeia2022

https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/44607

Confira um vídeo da produção dos pães que serão oferecidos através da iniciativa Pãodemia!

Criação da Coordenadoria de Sustentabilidade da UNICAMP

A Unicamp está em busca da sustentabilidade em seus campi desde os anos 2000, quando começaram as primeiras reuniões sobre a necessidade da criação de uma política ambiental, que, em um primeiro momento, foi representada pelo Grupo Gestor de Resíduos, junto à Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU), criado através da Resolução GR-94/2003. A Política Ambiental para a Unicamp foi institucionalizada em novembro de 2010, através da Deliberação CONSU 533/2010, a partir do Grupo Gestor Ambiental/CGU. Como evolução à Política Ambiental, a Unicamp criou o Sistema de Gestão Universidade Sustentável, que culminou na criação do Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS) através da Resolução 41/2014. Desde 2018, o GGUS integra o quadro da DEPI e colabora, através das Câmaras Técnicas de Gestão, com o levantamento e a assessoria nas áreas de sustentabilidade: Resíduos, Energia, Fauna e Flora, Educação Ambiental, Campus Inteligente e Recursos Hídricos.

Desde 2019, a DEPI realiza o levantamento de dados de sustentabilidade, a elaboração dos indicadores de sustentabilidade e a submissão desses indicadores ao sistema de ranqueamento de universidades sustentáveis UI GreenMetric, além de monitorá-los e de desenvolver projetos de melhoria em sustentabilidade para atividades de gestão, manutenção e operação da Unicamp. Até 2021, essa tarefa era escopo do Plano Diretor Integrado da Unicamp e, a partir da criação da Coordenadoria de Sustentabilidade, em 2022 (Diário Oficial do Estado de São Paulo de 13 de abril de 2022), passou a ser uma de suas responsabilidades, contribuindo para a gestão e melhoria contínua na transição para a Unicamp sustentável.

Considerando que o Planejamento Estratégico 2021-2025 da Unicamp explicitou o compromisso institucional com o desenvolvimento sustentável e o trouxe como visão de futuro para a Unicamp, associando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aos Objetivos Estratégicos do Planes de forma transversal, a CSUS estabelece os seguintes parâmetros da essência: 

Missão: planejamento, concepção, monitoramento e gestão de processos recorrentes e atividades operacionais e de ensino, pesquisa e extensão, orientadas à sustentabilidade na Unicamp, sua comunidade acadêmica e entorno. 

– Visão: posicionar a Unicamp como referência latinoamericana de planejamento apoiado em dados e gestão sustentável de ativos humanos, naturais, estruturais e econômicos. 

Objetivos: 

  • assessorar a administração central e articular a comunidade acadêmica para implementação e acompanhamento da Política de Sustentabilidade. 
  • representar a Unicamp nas discussões locais, regionais, nacionais e internacionais sobre sustentabilidade em universidades. 
  • promover a cultura de decisão apoiada em dados e informações georreferenciadas na gestão da sustentabilidade na Unicamp.

Para alcançar esses objetivos, três áreas integram a CSUS: Campus Sustentável, Geoprocessamento e Grupo Gestor Universidade Sustentável. A equipe da CSUS é composta por: assessores docente Prof. Dr. Henrique Nogueira de Sá Earp e Prof. Dr. Luiz Carlso Pereira da Silva, coordenadora urbanista Dra. Thalita dos Santos Dalbelo, engenheiras civis Adriana Dieguez e Gabriela Marques Romero, engenheiro eletricista Glauco Niro, engenheiro mecânico Fernando Cesar Vieira, geógrafo Dr. Vanderlei Braga (coordenador de Geoprocessamento) e pelos profissionais (bacharéis e licenciados em Geografia) Marcelo de Campos Garcia Albieri, Renato Lopes Campagnoli e William Chinelato.

https://www.depi.unicamp.br/csus/

  • O Campus Sustentável realiza projetos na Unicamp na área de energia. Atualmente, compõe o quadro da Coordenadoria de Sustentabilidade da DEPI, com a visão de transformar a Unicamp em uma referência de Gestão Sustentável dos Recursos Humanos, Naturais e Econômicos. Para isso, sua missão é trabalhar com parceiros internos e externos à universidade na concepção, elaboração, contratação, execução, gerenciamento e divulgação de projetos especiais em sustentabilidade e eficiência sob o conceito de Laboratório Vivo. Um dos projetos realizados pelo Escritório Campus Sustentável é o Projeto Campus Sustentável, uma parceria entre a Unicamp e a CPFL Energia, que se iniciou em agosto de 2017, com investimento no âmbito dos programas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e PEE (Programa de Eficiência Energética) da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). O Projeto visa melhorar a infraestrutura do campus e, através do estudo e desenvolvimento de novas tecnologias, aprimorar o ensino e a pesquisa, transformando a Unicamp no maior Laboratório Vivo de Sustentabilidade Energética da América Latina. Atualmente, esta coordenadoria elabora projetos sustentáveis nas áreas de infraestrutura, meio ambiente, mobilidade, energia, mudanças climáticas, água, resíduos, ensino e pesquisa, desenvolvimento social e cultural. Os projetos são desenvolvidos no conceito de laboratórios vivos, espaços físicos e institucionais para processos colaborativos que agem sobre desafios complexos de cunho social e tecnológico do desenvolvimento sustentável. Neles podem existir parcerias público-privadas em que empresas, poder público e comunidade local criam soluções através de inovação, as experimentam, validam, desenvolvem protótipos e as apresentam ao mercado. Esse é um processo co-criativo que permite a integração efetiva entre pesquisa e inovação em um espaço físico determinado com a colaboração de profissionais técnicos e acadêmicos e usuários do espaço. As soluções desenvolvidas no território da Unicamp têm o potencial de impactar a mudança cultural na sociedade. Os campi da universidade devem constituir-se em nichos de transição para sustentabilidade, adotando a abordagem de problemas por meio de laboratórios vivos. A equipe do Campus Sustentável é coordenada pelo Prof. Dr. Luiz Carlos Pereira da Silva e possui mais de 80 colaboradores entre pesquisadores, funcionários, docentes e apoio externo. 

http://www.campus-sustentavel.unicamp.br/

  • A Coordenadoria de Serviço de Geoprocessamento tem a missão de criar, manter e disponibilizar informações e análises geográficas dos aspectos infraestruturais, ambientais e humanos sobre a Universidade, em várias escalas, com o propósito de subsidiar ações e políticas de gestão e planejamento, especialmente aquelas ligadas à sustentabilidade. Nesse sentido, torna-se uma ferramenta eficaz de planejamento e gestão do(s) território(s) da Universidade, além, de ser, ao mesmo tempo, um canal de comunicação e transparência com a comunidade interna e externa ao possibilitar a concentração, produção e disponibilização das informações geográficas de forma sistematizada e padronizada. Dessa forma, subsidia o planejamento e gestão da Universidade ao possibilitar a concentração, produção e disponibilização das informações geográficas de forma sistematizada e padronizada para as ações de curto, médio e longo prazos. Já disponibiliza a toda a comunidade interna e externa, através do Atlas da Unicamp (atlas.unicamp.br), um conjunto enorme de informações geográficas sobre diversos temas e categorias, indo ao encontro da proposta de uma Universidade mais transparente perante a sua comunidade, o seu entorno, o município, o estado, o país e o mundo. A implantação e consolidação da cultura do georreferenciamento e da inteligência geográfica para ações de gestão e planejamento é mais uma das expressões da Universidade em relação à sua forma de atuação e compromisso com a sociedade. O mapeamento e construção de um conjunto de informações geográficas físicas e humanas sobre a Unicamp, nas mais variadas escalas e sobre um leque enorme de temas (como ilustrado abaixo), permite compreender e enxergar a Universidade e o seu papel fundamental de ensino, pesquisa e extensão com outro olhar, permitindo novas interpretações da sua realidade. 

https://www.depi.unicamp.br/geo/

  • O Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS), tem como missão construir, desenvolver e implementar políticas, diretrizes e normatizações para a universidade sustentável, tendo como fundamentos a melhoria contínua e o desempenho ambiental, econômico e social. O GGUS foi criado através da Resolução GR nº 41/2014 (alterada pela Resolução GR-29/2015) e é coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Carlos Pereira da Silva. O GGUS é composto pelas Câmaras Técnicas de Gestão, que atuam como assessoras na integração do planejamento sustentável dos campi e nas soluções técnicas para problemas, visando à sustentabilidade da universidade. A contribuição das câmaras técnicas está fundamentada na experiência executiva, na integração e na capilaridade das ações de gestão da Unicamp como uma universidade sustentável. Compostas por docentes da Unicamp, convidados externos, pesquisadores e secretários executivos que auxiliam nas atividades de planejamento, de implantação e de gerenciamento das ações sustentáveis na Unicamp, cada câmara técnica está relacionada a uma categoria de sustentabilidade. Hoje existem nove câmaras em funcionamento:
  • I. CTGE – Câmara Técnica de Gestão de Energia;
  • II. CTGRH – Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos;
  • III. CTGFF – Câmara Técnica de Gestão de Fauna e Flora;
  • IV. CTGR – Câmara Técnica de Gestão de Resíduos;
  • V. CTEA – Câmara Técnica de Educação Ambiental;
  • VI. CTGCIn – Câmara Técnica de Gestão de Campus Inteligente;
  • VII. CTGLZ – Câmara Técnica de Gestão Lixo Zero;
  • VIII. CTGMob – Câmara Técnica de Gestão de Mobilidade;
  • IX. CTGDados – Câmara Técnica de Gestão de Dados.

https://www.depi.unicamp.br/ggus/

Transição Energética para o Estado de São Paulo é tema de Centro de Pesquisa da UNICAMP

imagem mostra logo do centro paulista de estudos da transição energética

“Aproximar a Universidade da gestão pública de energia no Estado e contribuir com o governo para que São Paulo faça uma transição energética mais adequada e acelerada”. Luiz Carlos da Silva, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC/Unicamp) e coordenador do GGUS – Grupo Gestor Universidade Sustentável (DEPI) , é categórico ao afirmar que a transição para fontes renováveis é uma das saídas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Foi a partir desse debate que se constituiu o Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn), aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs).

O CPTEn promoverá pesquisas interdisciplinares a partir de oito eixos temáticos, reunindo engenheiros, economistas, advogados, educadores, cientistas da computação, políticos, geólogos e jornalistas. Essa ação se soma ao trabalho que vem sendo realizado desde agosto de 2017 na Cidade Universitária Zeferino Vaz, sede da Unicamp em Campinas.

“O projeto, que terá duração de cinco anos, só foi possível porque já tínhamos um laboratório vivo, o campus da Unicamp, para estudar problemas e as soluções utilizadas nas cidades do futuro. No Laboratório Vivo de Transição, Eficiência e Sustentabilidade Energética Campus Sustentável foi possível identificar problemas de gestão em um ambiente real, onde convivem diariamente cerca de 50 mil pessoas e onde há uma rede própria de energia elétrica, além de um sistema de mobilidade urbana. Esse ambiente serve de espaço de experimentação”, destaca o professor, assinalando a possibilidade de transposição das iniciativas para fora do ambiente universitário.

foto mostra professor luiz carlos pereira falando ao microfone
Luiz Carlos Silva: “O projeto do CPTEn só foi possível porque já tínhamos um laboratório vivo, o campus da Unicamp”  (foto: Antonio Scarpinetti)

Segundo o coordenador do CPTEn, a matriz energética brasileira é majoritariamente renovável, mas a produção de energia é um dos fatores de alto impacto ambiental, dadas as enormes emissões de poluentes ligadas ao setor. Além disso, o cenário nacional apresenta significativas falhas de eficiência.

“No Estado de São Paulo, são 30 mil unidades consumidoras ligadas à gestão estadual nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Entre elas, temos 5 mil escolas públicas, hospitais e presídios”, exemplifica. São essas instalações com diferentes características que o CPTEn pretende estudar, buscando reduzir o desperdício.

O Brasil oferece acesso universal à energia elétrica, hoje disponível para mais de 99% da população. Mas é possível melhorá-lo. “Uma parcela dos consumidores tem acesso precário a ela, principalmente na Região Amazônica. Um dos temas que pretendemos abordar no CPTEn são soluções baseadas em energias renováveis para essas comunidades isoladas”, explica o coordenador.

O planejamento engloba também a formação de profissionais e usuários. “Um problema que atacaremos está na área de educação e capacitação, a chamada “reeducação energética”. As pessoas precisam reaprender a conviver com a energia, pois o desperdício contribui para a situação insustentável que vivemos”, explica. Isso é necessário, pois a transição energética traz muitas mudanças nas tecnologias associadas à produção, uso e gestão da energia elétrica. 

foto mostra locais da unicamp com placas de energia fotovoltaica
Iniciativas implementadas na Unicamp atuam em direção à transição energética. No campus de Barão Geraldo, painéis de energia fotovoltaica geram 534 kWp de energia (fotos: divulgação)

Outra questão a ser aprofundada no CPTEn é a contratação de energia. “Esperamos atuar para que os agentes públicos, grandes consumidores de energia, possam migrar para o mercado livre e assim comprar uma energia mais barata, diminuindo os custos dos serviços prestados pelo Estado, o que terá efeitos nos custos arcados pela sociedade”, esclarece. Conforme o pesquisador, essa ação visa a atingir cerca de 30 mil unidades consumidoras somente no Estado de São Paulo, podendo beneficiar também agentes públicos espalhados por todo o país. Organizado em dois grupos, o mercado de energia brasileiro é formado pelo Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No ACL, existe concorrência entre os fornecedores para atender aos grandes clientes. A Unicamp, por exemplo, compra energia do ACL há quase duas décadas, economizando anualmente cerca de 10 milhões de reais. Nesse ambiente, a energia é mais barata, uma vez que os contratos são de longo prazo e há concorrência entre fornecedores. Com isso, alcança-se uma redução de 20% a 30%, comparado ao preço do ACR. Entretanto, a Unicamp é a única universidade pública inserida nessa negociação.

Acesso à informação 

Outra inovação que o Centro Paulista de Transição Energética (CPTEn) propõe é o Plano de Comunicação (PaCom), estimulando uma mudança cultural para o fomento da sustentabilidade. De acordo com Barbara Teruel, professora da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e coordenadora de comunicação do CPTEn, o acesso à informação científica é indispensável para a participação das pessoas nas tomadas de decisões de uma sociedade. Uma das principais atividades dessa estratégia é a produção de conteúdos sobre as pesquisas em desenvolvimento para público amplo e especializado.
 
“A meta é possibilitar que as realizações do Centro estejam acessíveis e façam sentido aos diversos públicos, contribuindo não apenas para o desenvolvimento dos diferentes projetos, mas também com uma mudança cultural que fomente a inovação e a sustentabilidade”, pondera a coordenadora. Além disso, o PaCom contribuirá para a formação de comunicadores e divulgadores de Ciência.

foto mostra ônibus elétrico que circula pela unicamp
Ônibus elétrico compõe a frota de circulares internos do campus. Um dos objetivos do Centro é fomentar uma mudança cultural na sociedade (foto: divulgação)  

Parcerias

O CPTEn conta com uma série de parceiros. Entre as universidades brasileiras, estão: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo — campus Avançado São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” — campi Sorocaba e São João da Boa Vista, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Goiás e Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer. Dentre as estrangeiras, a Lappeenranta-Lahti University of Technology e a Delft University of Technology (TUDELFT), dos Países Baixos.  As empresas Companhia Paulista de Força e Luz, Companhia Piratininga de Força e Luz, Companhia Jaguari de Energia, RGE Sul Distribuidora de Energia S.A, Empresas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) e a Radaz Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda, bem como a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo também apoiam o Centro. 

Hugo Figueroa, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) e coordenador de parcerias do CPTEn destaca a importância das parcerias para a proposta. “A interação com essas instituições-parceiras permitiu a elaboração de um plano de trabalho com alto grau de originalidade, harmonioso, coerente e de altíssimo nível científico e de inovação, alinhado com a realidade do mercado e visando soluções efetivas para os problemas urgentes da sociedade paulista na questão da transição energética.”

Essas empresas mantêm um histórico de colaboração com os vários grupos de pesquisa da Unicamp que compõem a equipe do CPTEn. O objetivo é consolidar as atuais parcerias e ampliá-las, promovendo a conexão desse ecossistema com a academia e a indústria.

Formação

Mais de 165 pessoas estiveram envolvidas no desenvolvimento do Centro Paulista de Transição Energética (CPTEn). Dulcineia Cruz, graduanda da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, é bolsista no Campus Sustentável e participou da elaboração do Centro. Ela ressalta a importância desse percurso e o quanto tem aprendido sobre energias renováveis e eficiência energética. 

“Foi algo incrível participar do CPTEn desde seus primeiros passos. Como estudante da graduação, trabalhar ao lado de pessoas engajadas com a transição energética tem sido bastante motivador. A dedicação da equipe foi enorme”, finaliza.

Autor

Inácio de Paula – Campus Sustentável

Fotos

Divulgação