setembro 2019

HIDS tem potencial para consolidar Campinas como cidade inteligente e sustentável

A vice-reitora da Unicamp, Teresa Atvars, o diretor da DEPI (Diretoria Executiva de Planejamento Integrado da Unicamp) e coordenador do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS – www.hids.unicamp.br), Marco Aurelio Pinheiro Lima, e o diretor da Inova Unicamp, Newton Frateschi, representaram a Unicamp na cerimônia de apresentação do prêmio “Campinas, a cidade mais inteligente e conectada do Brasil“. No evento, o prefeito de Campinas, Jonas Donizetti, compartilhou o bom resultado com diversos setores da sociedade como as universidades, instituições de pesquisa e entidades que representavam empresários e trabalhadores. Donizetti mencionou a importância da criação do HIDS na cidade: “Temos que valorizar essa iniciativa pelo seu potencial de projetar Campinas para o Brasil e para o mundo como uma cidade inteligente e sustentável”, disse.

André von Zuben, secretário de desenvolvimento econômico, social e de turismo, abriu a cerimônia destacando que esta é a primeira vez que uma cidade não capital é eleita como a mais inteligente e conectada do país. O ranking “Connected Smart Cities” é elaborado desde 2015 pela consultoria privada Urban Systems em parceria com a revista Exame. Para compor o ranking foram analisadas 700 cidades, a partir de 70 indicadores distribuídos em 11 setores: mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança. Campinas subiu de 21º lugar na primeira edição, em 2015, para o topo em 2019. Em 2016 obteve o 10º lugar; em 2017 ficou com a 8ª posição e, ano passado, esteve em 4º lugar.

André von Zuben lembrou que destacando que é a primeira vez que uma cidade não capital é eleita como a mais inteligente e conectada do país. Crédito: Divulgação. Crédito da foto do destaque: Luiz Granzotto/Prefeitura

O secretário destacou alguns indicadores que colaboraram para que Campinas conquistasse o primeiro lugar no ranking. A quantidade de fibra óptica instalada: “A prefeitura já instalou mais de 300 quilômetros de fibra óptica e até o final do governo esse número deve chegar a 450 quilômetros de fibra interligando escolas, postos de saúde e postos da guarda municipal”, disse. O fato de a cidade contar com cinco parques tecnológicos, os programas de empreendedorismo e o crescimento no número de empresas de tecnologia também ajudaram a colocar Campinas em posição de destaque no ranking. André von Zuben mencionou ainda o baixo índice de mortes no trânsito, a redução da mortalidade infantil e os investimentos em educação básica, segundo ele, maiores do que a média das cidades do Brasil. “Esse prêmio é um reconhecimento para a cidade como um todo, pelo esforço traduzido em ações, buscando oferecer mais serviços para a população e melhorar os que já existem”, afirmou von Zuben.

E-gov – Em sua fala o prefeito Jonas Donizetti falou sobre o investimento de longo prazo que a prefeitura tem feito em várias secretárias no sentido de aumento o escopo do governo eletrônico ou e-gov (uso das tecnologias da informação tanto nos processos internos do governo quanto na entrega dos produtos e serviços para cidadãos e demais usuários). Donizetti citou vários programas de e-gov implantados pela Prefeitura como, por exemplo, a ARI (Aprovação Responsável Imediata), um sistema de aprovação rápida de projetos de construção de pequeno porte para facilitar a emissão de alvarás para residências e estabelecimentos comerciais de até 500 metros quadrados e prédios institucionais (igrejas, clubes, escolas) de pequeno porte. Campinas possui, ainda, o Portal do Zoneamento On-Line. Criado em 2013, o Portal permite que os cidadãos conheçam, de forma clara, acessível e interativa, a lei de uso e ocupação do solo da cidade; quais são as áreas residenciais, comerciais e mistas; as regras de construção e a inscrição municipal dos imóveis (código cartográfico). De acordo com informações da Prefeitura, o zoneamento on-line tem cerca de 30 mil acessos por mês. Ainda esse ano será implantado sistema de monitoramento com câmeras inteligentes na região central da cidade que permite reconhecimento facial. “Essa é uma parceria iniciada em 2018 com a empresa chinesa Huawei e o CPqD.

Parceria com a Unicamp – Ao final de sua fala o prefeito mencionou a importância a criação de um Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, o HIDS, que vai ocupar um território de mais de 11 milhões de m2. O projeto é uma parceria da Unicamp, Prefeitura de Campinas, Governo do Estado de São Paulo, PUC-Campinas, CPqD e CNPEM. “O BID está concedendo um apoio de US$ 1 milhão a fundo perdido. Temos que valorizar esse projeto que pode projetar Campinas para o país e para o mundo como uma cidade inteligente e sustentável”, finalizou.

Por Patricia Mariuzzo

Semana Lixo Zero amplia compromisso com a sustentabilidade na Unicamp

O brasileiro produz, em média, um quilo de lixo todos os dias. Grande parte desse volume, entretanto, não teria como destino final os aterros sanitários se fosse manejado e coletado corretamente. Pensando nisso, o Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS) da Unicamp organizou, entre os dias 16 e 23 de setembro, a segunda Semana Lixo Zero. O evento faz parte de um conjunto de iniciativas que visa impulsionar boas práticas de sustentabilidade entre a comunidade acadêmica.

O Lixo Zero é um programa internacional realizado em cerca de 160 países. Na Unicamp, foi realizado pela primeira vez em 2018. A redução do consumo de plásticos e de papel, o incentivo à utilização de composteiras caseiras e a adoção de mudas de árvores foram algumas das ações da edição de 2019. No Restaurante Universitário e no Restaurante Administrativo, foi realizada a semana e o dia sem copo, para estimular o uso de canecas pelos usuários, reduzindo o descarte de plástico.

Nos Restaurantes Universitários, nas segunda e sextas-feiras o copo plástico não é oferecido, para estimular o uso de canecas e reduzir a produção de resíduos.

Conforme Maria Gineusa de Medeiros e Souza, secretária executiva da Câmara Técnica de Educação Ambiental do GGUS, órgão ligado à Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI), o objetivo do evento não é centralizar as atividades no GGUS, mas fazer com que as unidades entendam os objetivos do programa e desenvolvam ações próprias. Um total de 22 Unidades Acadêmicas e os órgãos da Unicamp aderiram à Semana, promovendo palestras, workshops e ações de sensibilização e conscientização acerca do melhor gerenciamento de resíduos.

Maria Gineusa pontua que, para sensibilizar a comunidade acadêmica para o assunto, é fundamental a compreensão sobre o que é lixo e o que é resíduo. Quando o lixo é encaminhado ao aterro, explica, ele não tem como ser reaproveitado. Os impactos que esse material traz incluem a emissão de gases tóxicos, a contaminação de solos, os alagamentos e a disseminação de doenças. Mas, caso haja um cuidado no descarte e o material tiver um encaminhamento adequado, ele pode ser reutilizado e voltar para o ciclo de vida.  “Você entendendo o que é lixo, tendo mais consciência, na hora que olhar para a sua mão vai decidir se vai descartar aquele tipo de resíduo, se vai virar lixo ou não”, observa.

Atividades da Semana Lixo Zero – Como parte da Semana Lixo Zero, o jardineiro Sebastião Martins Vidal ministrou a oficina de composteiras caseiras, técnica que reduz o lixo orgânico nos aterros e, assim, diminui os gases que provocam o efeito estufa. A compostagem é amplamente utilizada na agricultura familiar e pode ser utilizada nos ambientes urbanos, já que necessita de pouco espaço. No processo da compostagem, é gerado o húmus, matéria orgânica rica que serve de adubo para as plantas. Cerca de 50 composteiras, feitas com os galões de suco dos restaurantes universitários, foram distribuídas após a oficina. “Com esse tipo de composteira que nós estamos fazendo aqui já vai ser umas duas toneladas de cascas que não vão para o lixo”, explicou Sebastião, que também formulou uma cartilha explicando o passo a passo da compostagem.

O jardineiro Sebastião Vidal ministra oficina de compostagem caseira, técnica que utiliza matéria orgânica para produção de húmus.

O jardineiro, conhecido no campus como o “jardineiro-poeta”, também contou que realiza ações durante todo o ano no âmbito da educação ambiental, principalmente com crianças. “Faço um trabalho consciente e lúdico com as crianças. Tiro um pouco eles da formalidade para eles irem para uma coisa mais prática, colocar a mão na massa. E gosto também de contar histórias e envolver a poesia, por isso que meu apelido envolve plantas e poesia”. Com 82 anos, Sebastião não pretende parar o seu trabalho, que une a poesia e o conhecimento ambiental para trazer impactos positivos dentro e fora da Unicamp. “A intenção é fazer uma rede”, relata.

Outra atividade da Semana Lixo Zero foi a entrega de cerca de 50 mudas de árvores, organizada pelo Centro de Saúde da Comunidade (Cecom). Funcionários, docentes e estudantes puderam adotar amoreiras, acácias, aroeiras, uvais e ibiruçus, entre outras espécies, mediante um termo de comprometimento com o cuidado da planta. Além dessa ação, o Cecom promoveu palestras de sensibilização sobre o descarte e gerenciamento de resíduos e tem atividades que ocorrem ao longo do ano.

Ação no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) distribuiu mudas de árvores para a comunidade acadêmica.

Rôse Clélia Grion Trevisane, coordenadora adjunta do Cecom, assinala que o Centro possui o Grupo de Gestão Ambiental (GGA), formado por uma equipe multidisciplinar. “Existe um trabalho integrado, partilhado e de troca de experiências. Iniciou pela separação, com a segregação dos resíduos, e hoje se expandiu”, explica. Rôse também conta que a dedicação com a questão ambiental existe desde 1996 no Cecom, com um trabalho interdisciplinar que ela avalia como fundamental para o sucesso das ações.

Ações disseminam-se na Unicamp – As ações de promoção da sustentabilidade não acontecem somente na Semana do Lixo Zero, mas também de forma contínua, para que a sensibilização seja permanente e gere uma mudança de atitude frente à produção de lixo. Aproximadamente 120 facilitadores atuam nas unidades da Unicamp para desenvolver uma interlocução com o GGUS. Eles também são responsáveis pela formação e difusão do conhecimento na unidade.

Além disso, através das oito câmaras técnicas do GGUS, são efetivadas medidas em diversos eixos da sustentabilidade. Com relação aos recursos hídricos, por exemplo, houve a substituição de torneiras e de válvulas dos banheiros por modelos econômicos e planeja-se o reaproveitamento da água da chuva. Maria Gineusa também evidencia que, somente com a educação ambiental, houve uma redução de 15% no desperdício de água desde 2014, quando houve a crise hídrica no estado de São Paulo.

No âmbito do uso de energia, há o projeto Campus Sustentável, voltado para a utilização de energia renovável. Com a instalação de placas de captação de energia solar fotovoltaica, a instituição visa tornar-se um modelo de eficiência energética. Além de ampliar a utilização de uma fonte de energia renovável e limpa, sem geração de poluentes, a Unicamp também passa a economizar com o custo da contas de eletricidade.

O GGUS também está atuando nos indicadores de sustentabilidade para que a Unicamp passe a integrar o ranking GreenMetric. “Nós queremos que ela seja referência nacional e internacional nessa questão”, assinala Maria Gineusa.

Por Liana Coll, para o Portal da Unicamp

Depi lança pesquisa sobre uso de plástico na Unicamp

Aproveitando a segunda edição da Semana Lixo Zero, que acontece na Unicamp de 16 a 23 de setembro, a Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI) desenvolveu um formulário para conhecer a opinião da comunidade da Unicamp sobre o uso de papel e plástico. A partir do resultado da pesquisa será possível alinhar as diretrizes do Plano Diretor Integrado da Unicamp. O questionário está disponível no link.

A redução do uso de plástico, especialmente os chamados de uso único, é um dos grandes desafios da educação ambiental. Reportagem publicada na revista Pesquisa Fapesp traz a informação de que os produtos plásticos de uso único, aqueles com vida útil efêmera, são a maior preocupação dos ambientalistas, por serem descartados imediatamente após sua utilização. Entre 35% e 40% da produção atual é composta por esse tipo de material, nos quais se incluem copos, sacolas, canudos, embalagens e talheres descartáveis. Os demais são produtos de longa duração, uma gama diversificada de itens que vai de celulares a peças automotivas, de tubulações para água e esgoto a equipamentos médicos e de informática. Em entrevista para a revista, o professor do Instituto de Química da Unicamp, Salomão Munir Skaf, afirmou que a poluição por materiais plásticos é um grave problema ambiental e requer, para seu enfrentamento, três abordagens complementares: a drástica redução do uso, a substituição por novos materiais (com características similares ao plástico sintético) facilmente degradáveis e a destinação adequada dos resíduos, via coleta e reciclagem.

A Unicamp, por meio do Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS), promove e incentiva ações para reduzir o uso de plásticos de uso único.  A equipe de georreferenciamento localizou essas iniciativas no Mapa Lixo Zero.

Ao longo da Semana Lixo Zero, diversas unidades de ensino e núcleos administrativos vão abolir o uso de copos plásticos. Durante o Fórum Permanente sobre o Hub Internacional sobre o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), que acontece na próxima segunda feira, dia 16 de setembro, os copos que seriam utilizados no café serão substituídos por xícaras de porcelana.

No vídeo abaixo, conheça alguns informações sobre a questão do plástico no mundo.